"[...]I can't be her angel now. You know it's not my place to hold her down and it's hard for me to take a stand when I would take her anyway I can!"
[John Mayer para os dias de aperto no peito...]
Noite
atípica. Está chovendo tanto e estou com essa angústia, com vontade de chorar só
para fazer companhia para a água toda que está caindo. Para me entregar junto com
ela, levar as lágrimas de uma vez, e entregar essa solidão que chegou de
repente (não, mas eu finjo) hoje, com esse monte de água.
Toda essa chuva me traz
lembranças, essas que sufocam, chegam a doer, e que, às vezes, transbordam.
Fui
ouvir música. Eu precisava disso. E veio tudo a tona de novo. Era nossa música (aquela, lembra?).
Não ouvia muito e nem ouvia sempre. Mas o suficiente para aliviar o sufoco que
apertava aqui dentro, na noite solitária de chuva intensa.
A
música é bonita. Até hoje eu acho. Isso ajudou a liberar um pouco da angústia
que já não cabia mais aqui dentro e a liberar espaço que faltava. Chorei. Chorei
pra valer. De verdade. Foi a primeira vez chorei ouvindo nossa música. Foi
natural. Instantâneo. Instinto, assim como é nosso instinto amar.
E falando em amor, fiquei pensando em você. Na gente. Em como, muitas
vezes, queria você por perto com toda essa racionalidade de agora. Porque o que
me sobrava de emoção, faltava a você. Mas era tão fácil gostar de você. Do
sorriso, do papo, dos silêncios que diziam muito, de um convite. E gostar de
você foi uma das coisas mais sinceras que eu fiz.
Gostar
de você apesar do seu desejo de ser livre e não se prender a nada nem a
ninguém. Assim como eu. Mas eu não gosto de você por isso, mesmo que sejamos iguais nesse sentido. Você. Você foi uma das coisas que me faltou hoje.
Talvez
a chuva leve esse aperto embora e a angústia também.
Coloquei a música no repeat. As lágrimas cessaram.
Ficamos os fones de ouvido, a janela, o cobertor e eu. E lá fora ainda chove.
Coloquei a música no repeat. As lágrimas cessaram.
Ficamos os fones de ouvido, a janela, o cobertor e eu. E lá fora ainda chove.