"And when the broken hearted people living in the world agree there will be an answer: Let it be!"
[Beatles para acompanhar o chá da noite...]
Era dor de estômago. A primeira que tive foi com 17. Minha mãe sempre disse que via muito do meu pai em mim. Não sabe falar de sentimentos, ansiedade pura e simpatia que se esconde.
Tentei Mylanta e Sonrisal. Um que não fazia efeito. Outro que aliviava a dor, mas logo ela voltava. Não adiantava só esconder a dor... O médico sempre disse que eu precisava descobrir o motivo. Mas ele sabia. Ah, ele sabia. Dizia que era culpa dessa minha cabeça que não parava um segundo, que estava aqui, querendo estar ali. Que dizia “x”, querendo falar “y”. Que dizia muito sim – não que fosse errado -, mas era preciso aprender a dizer mais "nãos". O remédio? Nunca ninguém me receitou... Ele não me passaria calmantes com aquela idade. Dizia “vá fazer yoga, meditação, oração... Vá fazer o que te dá prazer. Vai te ajudar. Mas seu remédio é você mesma.”.
Para as crises? Chá de hortelã. Tomava como água, porque bebia com expectativa de que aquilo curasse não só a dor do estômago, mas tudo o que a acompanhava. Parecia que ele costurava tudo lá por dentro, remediando a dor, a gastrite, nervosa, claro, que teimava em ser companheira nas horas mais inoportunas.
O motivo? Inconformismo, talvez. Genética, dizia minha mãe. Deve ser a pressa, acho eu. Pressa de e para tudo. Para que as coisas aconteçam. Para que alguma coisa mude. Ou para que tudo fique igual, não sei. Mas que, pelo menos, as coisas aconteçam. É o pulso acelerado, o coração quase na boca, a respiração ofegante e o olhar inquieto. É sempre assim. O chá é cura. É cura e conforta. Não é baseado em muitas teorias para que cure algo como a dor da minha gastrite.
Os motivos continuaram lá, os mesmos. Não perdi o sono. A dor foi embora naquele dia. Pelo menos naquele dia. Foi curativo.
24 de agosto de 2013
4 de junho de 2013
Avisa, por favor.
"Dream the dreams of others then you will be no one's rival. You will be no one's rival... A distant time, a distant space, that's where we're living. A distant time, a distant place... So what ya giving? What ya giving?"
[Pearl Jam para os dias frios...]
Alguém avisa que hoje o dia amanheceu mais triste. Frio. As pessoas precisam de mais cuidado nessa época de tempo seco, céu nublado e caras fechadas.
Avisa, por favor, que meu coração parou por alguns segundos hoje. Por uns três, mais ou menos. Avisa que eu já não aguento mais tomar aquele tanto de café. Que minha ansiedade não passa, corro dentro de mim mesma e as mãos ficam tremendo.
Alguém avisa que eu deixei de gostar. Simplesmente. Só por não gostar mais.
Alguém avisa que o tempo passa. Que descobrir nossos limites nos faz mais humanos e nos faz viver melhor.
Avisa, por favor, que é preciso declarar-se. Abrir o coração. Alguém avisa que o tempo é curto.
Avisa que isso tudo passa, que amanhã é outro dia, não é?
Alguém avisa.
Por favor!
[Pearl Jam para os dias frios...]
Alguém avisa que hoje o dia amanheceu mais triste. Frio. As pessoas precisam de mais cuidado nessa época de tempo seco, céu nublado e caras fechadas.
Avisa, por favor, que meu coração parou por alguns segundos hoje. Por uns três, mais ou menos. Avisa que eu já não aguento mais tomar aquele tanto de café. Que minha ansiedade não passa, corro dentro de mim mesma e as mãos ficam tremendo.
Alguém avisa que eu deixei de gostar. Simplesmente. Só por não gostar mais.
Alguém avisa que o tempo passa. Que descobrir nossos limites nos faz mais humanos e nos faz viver melhor.
Avisa, por favor, que é preciso declarar-se. Abrir o coração. Alguém avisa que o tempo é curto.
Avisa que isso tudo passa, que amanhã é outro dia, não é?
Alguém avisa.
Por favor!
9 de março de 2013
Mas quem é que sabe?
"[...] A distant time, a distant space that's where we're living... A distant time, a distant place. So what ya giving? What ya giving? Nothing left, nothing left!"
[Pela paz interior que anda faltando...]
Tomei chuva. Muita chuva. Era muita água, que eu nem sabia onde cabia tanta água. Mas, na verdade, não cabia... Tanto que a cidade virou um caos. Era água, muita água, para todo lado. Chuva daquela de não deixar nada seco... Nem cabelo, nem sapato, nem os pés, nem a roupa, nem a bolsa, nem a alma. Foi o tempo de aguardar o sinal verde para atravessar a avenida e tomei uma chuva como não fazia faz tempo.
Foi aquela chuva que chegou arrancando tudo... Escorreu para a testa, que molhou os olhos e chegou até a boca, pedindo para ser sentida. Já ouvi dizer que essa chuva toda que é tomada lá fora, com tanta coisa acontecendo com a gente, onde tanta coisa está acontecendo, não vai fazer mal, é cura.
Foi o tempo que precisava para pensar, colocar as ideias no lugar. Fazer o coração desacelerar. O ritmo diminuir. Sentir a chuva cair. E o que não é isso, senão momentos de pura entrega, de liberdade, que só nos mostra que nada é pra já?
Coisas da vida. Mas quem é que sabe? E se soubesse, desde o começo, não sairia mais dali. Dia daqueles que nos faz pensar.
Covarde que fui, entrei no carro, tirei os sapatos, prendi os cabelos encharcados, liguei o rádio e fiquei parada no caos que a cidade se tornou por conta de tanta água que caía naquele dia.
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