9 de março de 2013

Mas quem é que sabe?


"[...] A distant time, a distant space that's where we're living... A distant time, a distant place. So what ya giving? What ya giving? Nothing left, nothing left!"
[Pela paz interior que anda faltando...]

Tomei chuva. Muita chuva. Era muita água, que eu nem sabia onde cabia tanta água. Mas, na verdade, não cabia... Tanto que a cidade virou um caos. Era água, muita água, para todo lado. Chuva daquela de não deixar nada seco... Nem cabelo, nem sapato, nem os pés, nem a roupa, nem a bolsa, nem a alma. Foi o tempo de aguardar o sinal verde para atravessar a avenida e tomei uma chuva como não fazia faz tempo.

Foi aquela chuva que chegou arrancando tudo... Escorreu para a testa, que molhou os olhos e chegou até a boca, pedindo para ser sentida. Já ouvi dizer que essa chuva toda que é tomada lá fora, com tanta coisa acontecendo com a gente, onde tanta coisa está acontecendo, não vai fazer mal, é cura. 

Foi o tempo que precisava para pensar, colocar as ideias no lugar. Fazer o coração desacelerar. O ritmo diminuir. Sentir a chuva cair. E o que não é isso, senão momentos de pura entrega, de liberdade, que só nos mostra que nada é pra já? 

Coisas da vida. Mas quem é que sabe? E se soubesse, desde o começo, não sairia mais dali. Dia daqueles que nos faz pensar.

Covarde que fui, entrei no carro, tirei os sapatos, prendi os cabelos encharcados, liguei o rádio e fiquei parada no caos que a cidade se tornou por conta de tanta água que caía naquele dia. 

Acidente com vítima leve

" Eu vou andando pelo mundo como posso E me refaço em cada passo dado Eu faço o que devo, e acho Não me encaixo em nada Não me encaixo,...