"De todo lo que tu acostumbras soy contradición. Creo que eso es lo que a ti te llama!"
[Perota Chingo para arrumar as malas]
Conforto. Até a palavra já é agradável. Ouço essa palavra e já lembro de uma cama grande, um edredon bem fofinho, macio e cheiroso e uma tarde inteira para se jogar no final de semana. Mas aí te falam sobre a tal da “zona de conforto”. E todo aquele meu pensamento vai por água abaixo.
Faz um tempo que eu tenho me forçado a sair dessa minha “zona de conforto”. De primeira? Que medo. Depois? A adrenalina vai abaixando. Já ouvi falar que a crise dos 30 é pior do que a crise dos 40. Ainda não sei, e, por enquanto, vou lidando com as crises dos 27. E uma boa hora para perceber isso (e a grande crise) é arrumando as malas.
E fazendo as malas eu aprendi que se precisa forçar, é porque não é do tamanho certo. E essa afirmação serve, também, para anéis, sapatos, roupas e relacionamentos. Isso serve para tudo, na verdade. Até para o tempo.
Espero lembrar que a vida não é para ser uma corrida contra o tempo. Que a gente tem que ir andando, dando umas tropeçadas e tal, rebolando para deixar tudo nos eixos. Lembrar que nem tudo vai ser sempre agradável, estar sob controle e confortável.
E essa conversa nem é sobre deixar tudo para depois e adiamentos. Nem sobre grandes planos e projetos mirabolantes. Apenas sobre grandes sonhos e lapsos momentâneos (meus) de liberdade. Sobre poder pegar o celular, ligar e dizer que sente saudades. Sobre cortar o cabelo curto. Sobre pegar a bolsa e ir ao cinema sozinha. Sobre sair da “zona de conforto” e se dar mal. Sobre sair da “zona de conforto” e se dar bem. Sobre fazer aquilo que se gosta. Sobre engolir alguns sapos. Sobre tomar “shots” de floral para se acalmar. Sobre o frio na barriga. Sobre ter uma vida resolvida. E sobre não resolver absolutamente nada. Sobre fazer as malas. Sobre ir.
Dando umas reboladas, umas trombadas, mas ir por aí rindo, vivendo. Vivendo. Porque enquanto o futuro está lá, a zona de conforto está por aí e a vida está acontecendo aqui.
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