"É! Mas tenho ainda muita coisa pra arrumar... Promessas que me fiz e que ainda não cumpri. Palavras me aguardam o tempo exato prá falar. Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir!"
[Ana Carolina para os momentos de confusão...]
Quantos medos será que cabem dentro de nós? Do nosso coração e da nossa cabeça?! Quantas loucuras, neuras e paranoias conseguimos criar, imaginar e carregar conosco, sozinhos, que se tornam tão reais, que nos tornamos prisioneiros delas?! (Que fique claro que isso são apenas verdades que não existem...)
Eu acredito que toda mulher tem um “quê” de psicopata e um pouco de louca. Toda e qualquer mulher acha que seus problemas são os únicos, que ninguém nunca passou por isso e mais, que eles são cíclicos. E ainda afirmam que a resposta para todos os questionamentos de hoje, são os traumas do passado. Respostas para perguntas criadas por nós mesmas, que resolveriam aquele problema sério que nós mesmas inventamos, nunca vêm porque não existe ninguém no mundo além de nós mesmas que seria capaz de “inventar” tais respostas.
É tudo mesmo muito complicado. Mas somos muito mais complicadas para poder descomplicar. Somos praticamente uma equação do segundo grau, com logaritmo como resultado (Isso era impossível, do pouco que eu me lembre...) e sem calculadora nenhuma por perto. Nem nós mesmas nos alcançamos do tanto que nos perdemos por aí tentando encontrar resposta para tudo quanto é coisa.
Todas aquelas que moram dentro de mim – e delas eu posso falar -, nas recorrentes e insanas trocas de humor, têm em comum o seguinte: a loucura em seu mais puro sentimento. Mais pura, pois enquanto enlouqueço é como se fora de mim houvesse outro eu, que de puro não tem nada, porque passa cada minuto do meu surto psicótico analisando tudo através da razão, enquanto por dentro, a raiva ferve, os pulmões estão cheios, o amor está brotando, a cabeça está extremamente confusa e o coração hiperventilando.
E o que eu acho engraçado é você fingir que a razão é tão simples assim só por que você não entende – mas é impossível julgar o que não se entende. Acontece que não é exatamente o que eu faço no meu dia que determina quando eu vou deixar de ser eu pra me tornar uma delas. Se fosse simples, e se eu soubesse explicar o porquê de tantos detalhes, tudo se resolveria no momento em que eu e você tivéssemos certeza das nossas certezas, e as neuroses sairiam por uma porta que existe no meu teto...
E aquele dia eu acordei chorando porque entendi que não eram as outras pessoas que nos ameaçavam, não eram os seus sentimentos que poderiam mudar do dia pra noite e me deixar sem aviso prévio. Aquele dia eu chorei porque eu percebi que não são as outras coisas, as outras pessoas e nem nada que esteja nesse mundo real. Chorei porque não posso apontar dedos de culpa para ninguém fora a mim mesma...
Não sei quantos medos ou quantas pessoas diferentes vivem ou cabem dentro de mim. Não sei explicar essa minha necessidade de tanto me explicar pros outros, que é pra ver se um dia eu me aceito e aceito que por mais que eu sonhe em ser perfeita as minhas imperfeições são exatamente o que fazem de mim uma pessoa que não exista outra igual.
Não são as outras pessoas, não é o que elas possivelmente têm e eu não, não é questão de beleza, não tem nenhum tipo de relação com o amor que eu sinto, não é uma ofensa à minha inteligência, não diz respeito à minha autoestima, não é você, não é o que você me diz e nem o que eu ouço. Às vezes, temos que aceitar as melhores soluções que fazem bem a todos os envolvidos, do que a que achamos que nos é conveniente. Eu escolhi a primeira opção (deixei de lado meu eu egoísta).
As respostas para minhas crises eternas (e internas) não vão surgir do nada, de ninguém, e nem de algum lugar. Vou ser obrigada a usar o clichê de todos os finais e dar um fim nessa tamanha confusão existencialista, para entender que pensar demais não é defeito, mas pensar demais no que não existe – e claro, não tem solução – é burrice demais!!!
24 de setembro de 2010
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Um comentário:
Sempre achei também que pensar demais - independente de ser real ou não - fosse loucura.
Só fiquei melhor, quando me libertei dessa restrição.
Fico feliz com a liberdade de pensar e sentir.
Adorei o seu texto, Mari!
=D
Beijo.
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