"[...]Vi todo o meu orgulho em sua mão... Deslizar, se espatifar no chão[...]Eu, toda vez que vi você voltar
Eu pensei que fosse pra ficar, e mais uma vez falei que sim!"
[Não volte nunca mais... Pra mim!]
O dia foi todo de imaginação... De saudades. O pensamento foi longe e foi difícil parar.
Sabe quando a gente dançou a última vez? Que você apoiou sua mão na minha cintura, quando estava tocando aquela música, que se transformou na nossa trilha sonora? Um dos nossos segredos, aquele que eu posso falar agora já que você resolveu se manter a distância. Você diz que foi por precaução... Eu digo que foi por covardia. Mas aceito a condição.
Eu sei que dançávamos sorrindo... Ali não importava aquilo que me fazia falta, as nossas diferenças, a minha falta de tempo, os meus prazos que eram sempre curtos e nem aquilo que exigíamos um do outro o tempo todo: presença.
O ambiente era simples. Mas no céu havia estrelas. A lua grande. O céu pedindo para ser contemplado... Para ver quem brilhava mais se eram as estrelas, se eram nossos olhos. Continuamos dançando. Tirei as sapatilhas, era mais fácil dançar... Você não tirava os olhos dos meus olhos. Eu não tirava meus olhos dos seus. Continuamos dançando...
Ao redor, amigos. Mas ninguém nos olhava – queriam apenas aproveitar a noite como nós e nos desejarem o melhor, sempre. O mesmo que a gente sempre quis.
Acabou a música. Você tirou as mãos da minha cintura.
Você me olhava, eu me virava. Fazia tempo que a gente se procurava, não é? Era bom sentir aquela sensação... Desejo, carinho, proteção, de estar no lugar desejado com quem a gente queria.
Me restou apenas a vontade de não estar com mais ninguém. Só com você. Mas olha o paradoxo: É fácil mostrar o rosto, difícil é mostrar o coração.
Perdi meus brincos lá. O seu relógio ficou também. O seu sorriso é tão bonito e ficou nas lembranças de hoje, o dia todo. Queria ficar por ali mais um pouco, em que a sensação de liberdade ficou clara. Eu não queria tirar as mãos do seu pescoço, não queria que suas mãos saíssem da minha cintura.
Eu beijei seu rosto, você beijou minha testa. Algumas vezes durante a nossa música, você disse algumas coisas no meu ouvido, palavras que intensificaram a alegria – e isso eu lembrei com tanto carinho o dia todo hoje – mexendo os pés, querendo ainda eu estar dançando com você.
Você.
Que sabe levar a dança de acordo com a melodia.
Que eu não acompanhei o compasso.
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