5 de julho de 2018

Remetente: eu

Outro dia, eu parei para pensar que há sempre uma expectativa que me impede de cair no sono quase toda noite. Pensamentos ocos, vazios. Ansiedades. Melhor definidas como “o enigma: essa nitidez do invisível”, muito bem descrito por Rui Nunes, em Ofícios de Vésperas.
 
Faz tempo que não escrevo. Isso também me faz perder o sono. Tem muito conteúdo separado em rascunhos, mas que já parecem ultrapassados, porque, antes, eu tinha inspiração. Bem mais por culpa minha, claro.
 
E, acabo contando para a terapeuta que minha fuga está nos livros. Era nesse mundo fantástico, nada meu, tudo do outro, que eu sempre preferi ficar quando o dia a dia não era tão agradável.
 
Mesmo nas histórias ruins, eu fui até o final. Mas, só por causa dessa minha mania de não conseguir abandonar nada no meio do caminho, pela metade. Questão de lealdade, acredito eu.
 
E por falar em literatura, posso escrever muitas frases que já não lhe cabem. E tudo bem. Não escrevo para fazer você se lembrar. Escrevo porque há quem diga que boas histórias fazem bons livros. E, se me permite ser ousada, essa história seria um best-seller. Escreveria crônicas e crônicas de uma história toda contada em preto e branco, há muito tempo. Preencheria cada linha. Mas, acabou a inspiração. Acabou o fôlego.
 
Pois bem. Há quem diga que quem escreve é corajoso. Tudo porque eu (ainda) gosto de sonhar em preto e branco.

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