" 'Cause it was almost love, it was almost love. It was almost love, it was almost love."
[Da trilha sonora recente, no repeat. O link está aqui]
O dia já começou todo estranho. E eu, toda atrapalhada. Bati o cotovelo no batente da porta. Derramei leite com café na blusa clara antes de sair. Nem deu tempo de tomar café. Saí. Esqueci meu celular. Tive que voltar. Bati o cotovelo de novo (vai ficar roxo).
Ai.
Fisgadas no peito. Do lado esquerdo. Angústia que não passa. A cabeça que não está acompanhando o corpo. O ônibus que não passa. A música no iPod. O trânsito.
Espero o computador ligar. Derrubo a garrafa de água em cima da mesa. Caramba, o notebook. Molhou o caderno. O que não falta ali é papel.
Fisgadas no peito. Do lado esquerdo. Angústia que não passa. A cabeça que não está acompanhando o corpo. O computador liga. Mais de 50 e-mails na caixa de entrada. A reunião começa em 20 minutos.
Respondo os mais urgentes. Mando imprimir o que preciso levar. A impressora não funciona. Vou para o elevador. Esqueço o crachá. Volto para buscar. A mesa ainda não secou.
O fôlego está faltando. Correria para não se atrasar. A reunião atrasa. Sento no sofá da recepção para aguardar. Pego o celular. Abro o Instagram. Foto atrás de foto.
Frases motivacionais, #tbts, fotos de viagens, fotos de comida, de academia. Vou rolando o feed. Foto das últimas horas que não abri minhas redes sociais. Tinha uma foto ali. Uns 7 minutos parada observando aquela foto. Pronto, a reunião ia começar.
A cabeça que ainda não está acompanhando o corpo. Fisgadas no peito. Do lado esquerdo. Tomo água. Falo que a impressora não funcionou. Tenho que continuar no discurso, mesmo. A reunião acabou.
Dá tempo de parar para um café da manhã que não deu tempo mais cedo. Faço o pedido. Pego o celular. Olho os e-mails – ainda tem uns 15 não respondidos.
Volto para a minha mesa, para o meu computador, para os e-mails não lidos. Respostas. Tudo tem que caber em 8h48 de trabalho. Tem que dar tempo da reunião. Das entregas. Do almoço. Da pausa de 15 minutos para ser improdutiva.
Instagram de novo. Rolo o feed e a foto aparece lá. As fisgadas no peito do lado esquerdo diminuem. A cabeça volta a raciocinar. Eu entendo, então, o que é. Saudades, sabe?
É que tem dia que ela vem e insiste em ficar. Insiste em fazer aumentar essas fisgadas no peito. Do lado esquerdo. Insiste em fazer faltar ar. Insiste em deixar a cabeça confusa e... não saber como dizer.
Mas, eu entendi. Desligo o computador. Chamo o elevador. Espero o ônibus. Música no iPod. Tem aquela música. Menos angústia. As fisgadas no peito, do lado esquerdo, diminuíram. Pego o celular. Disco o número. Tem todo o caminho de volta pela frente.
Ainda, assim, o cotovelo vai ficar roxo.
Está ouvindo minha saudade?
11 de fevereiro de 2019
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