"Oh, this is the start of something good... Don't you agree? I haven't felt like this in so many moons... You know what I mean?"
[Gavin Degraw... Sempre me surpreendendo!]
Mais uma vez eu olho em volta e me sinto repetitiva. Como se estivesse, sempre, batendo na mesma tecla, cometendo o mesmo erro, tentando fazer com que os outros me entendam... Tentando me explicar. Tentando me aceitar. Te aceitar. Como se fosse realmente possível achar o meio termo, o equilíbrio perfeito entre as emoções e minhas razões. Esse é o erro...
Eu sempre tentei, pelo menos na metade dos meus vinte e poucos anos, encontrar a medida certa, fazer parte de um mundo que eu sei que não é meu, me entender e acreditar que dentro da minha eterna loucura sempre houve sanidade com sintomas de saciedade - que eu percebo em todas as outras pessoas do mundo tendo no final do dia, quando relaxam seus corpos em suas camas e dormem tranquilas, porque entendem que é muito mais fácil não sonhar tão alto, para não se decepcionar tanto depois. Elas dormem tranquilas, eu não.
Eu não quero ser assim. Porque eu decidi, em umas das metades dos meus vinte e poucos anos, que, mesmo por poucos segundos, que eu posso sonhar todos os sonhos do mundo.
O que tem me incomodado muito nos últimos tempos são as pessoas. Estranho, mas é verdade. Sou crítica, chata, analítica ao extremo, observadora. Talvez seja essa a palavra que me descreva, observadora. Às vezes esqueço do que saio pra fazer, porque meu maior entretenimento é observar os outros. Os costumes, as manias (umas mais irritantes, outras nem tanto), a falta de educação (que é o que mais me tira do sério, e eu falo sério!), as boas ações, gentilezas, como elas andam, as roupas, aquelas pessoas que são lindas, mas que não sabem isso. Tudo isso me faz desacreditar e acreditar, ao mesmo tempo, nas pessoas e no mundo.
Acho que nasci no tempo errado. Porque não acho certo ser adolescente ainda aos 30 anos (entendam: não acho que o espírito de criança deva ficar de lado, mas acho que tudo tem seu tempo e seu lugar); porque não acho certo o fato de acharem estranho se comprometer... Acho que é isso que está faltando no meu tempo... Comprometimento! Compromissos que o IPhone não pode resolver, que um compartilhamento no Facebook não vai ajudar...
Eu estou vivendo no tempo errado, eu acho. Divido minha vida entre grupos de amigos diferentes. Aqueles caretas, e aqueles que são coloridos. Os primeiros, eu tendo entender todos os dias, com suas teorias, morais, que têm emprego, namoro longo, noivado, filhos, churrasco de domingo em família e aposentadoria – uma vida mais confortável. E aquele outro grupo, dos que me parecem ser mais livres, leves, música e cinema, amor livre por necessidade de qualquer tipo de amor, conhecimento e sentimento que eles fingem, mas não têm.
Eu permaneço parada, ali, no meio. Meio termo. Me incomoda, mas é a verdade. Li bastante em 2011, não me comprometo com a academia que eu jurei que faria, tirei minha carta, não aprendi a me controlar com o meu ciúme, e eu entendi que tenho que viver como a vida mais se apresentando... Tive que mudar de caminho algumas vezes, porque algumas situações (boas e ruins) interferiram nele, e não tinha jeito...
Antes eu não tinha medo do futuro. Agora eu tenho... Um pouco! Mas isso é só porque eu percebi que tudo está passando muito rápido por mim, na minha frente, enquanto eu passo meu tempo observando as pessoas a minha volta, querendo descobrir porquê elas agem do jeito que agem, e, na verdade mesmo, vivendo aquilo que não está terminado dentro de mim. Meu medo é, então, não ter conquistado nada e não conquistar nada daquilo que eu disse que faria, ser irrelevante para os outros, decepcionar quem eu amo. Meu medo é perceber que nunca mais vou ter estes anos de volta.
Todo final de ano é a mesma coisa. Um dia não muda nada, é só mais uma vez que o sol viu a gente passar, repetitivos. Minhas vontades de começo de ano são sempre as mesmas também, quero ser melhor do que fui, quero ser o que não consegui ser, quero ser quem não sou.
Voltando às pessoas, aquelas que observo com tanta certeza de mim, me tiram do sério com um empurrão no metrô às 7h20 da manhã, com um acento que não dão para aquele velhinho que não se locomove com segurança, com aquele pisão no pé sem um pedido de desculpas, ou aquela cara amarrada que não responde a um sorriso de educação e simpatia. A falta de amor que cabe nos dias de hoje me incomoda. Não que eu seja simpática o tempo todo, não que eu ame todos o tempo todo. Não que eu sorria para todos o tempo inteiro. Mas um pouco de amor não mata ninguém.
Mas prometi que iria me controlar, controlar minhas ansiedades e loucuras, tentar me preocupar menos com o que os outros pensam e cuidar mais de mim, e rezar para que o meu lado super careta não proíba a minha intensa vontade de viver, para que o meu lado de loucura não acabe com as minhas futuras chances de família, noivado, cachorro e almoços de domingo. Não que eu precise escolher entre os dois lados... Mas que eles estejam em equilíbrio. E que eu consiga escrever meu livro, em meio a essa loucura!
5 de fevereiro de 2012
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